Masculinidade tóxica e misoginia

Durante muito tempo, os meninos foram ensinados a “serem durões”. Chorar? É coisa de mulher. Falar dos sentimentos? Não pode. Mostrar carinho? Melhor evitar. Mas tudo isso faz parte de um problema maior chamado masculinidade tóxica.

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Time de produto: Claudia, Ana, Manoel

7/1/20253 min ler

Masculinidade Tóxica e Misoginia: Por que precisamos falar sobre isso?

Durante muito tempo, os meninos foram ensinados a “serem durões”. Chorar? É coisa de mulher. Falar dos sentimentos? Não pode. Mostrar carinho? Melhor evitar. Mas tudo isso faz parte de um problema maior chamado masculinidade tóxica.

Esse tipo de pensamento faz mal não só para os homens, mas também para todo mundo ao redor — principalmente para as mulheres. Vamos entender melhor o que é isso e por que precisamos mudar essa história.

O que é masculinidade tóxica?

Masculinidade tóxica é a ideia de que o homem tem que ser forte o tempo todo, que não pode demonstrar emoções, e que precisa mandar, controlar e vencer sempre. Essa ideia aparece de várias formas:

  • Dizer que “homem de verdade” não chora

  • Achar que brigar é prova de coragem

  • Tratar mulheres como objetos ou conquistas

  • Acreditar que cuidar de si ou dos outros é fraqueza

Essas ideias são ensinadas desde cedo, nas escolas, na TV, nos esportes, nos filmes e agora até na internet.

E o que é misoginia?

Misoginia é o desprezo ou ódio por mulheres. Pode ser algo bem direto, como violência e ofensas, ou mais disfarçado, como piadas, comentários maldosos e atitudes que diminuem as mulheres. Ela aparece quando:

  • Alguém diz que mulher “não serve pra isso”

  • Uma mulher é chamada de “fácil” só por escolher o que vestir

  • Um homem acha que pode controlar a parceira

  • Alguém espalha ideias machistas na internet

  • Tudo isso reforça a ideia de que mulher vale menos — e isso é muito perigoso.

O que uma coisa tem a ver com a outra?

Quando um homem cresce acreditando que precisa ser “superior”, ele começa a enxergar as mulheres como algo que ele deve dominar. Se ele acha que só é “homem de verdade” quando manda, controla ou conquista, acaba tratando as mulheres como “coisas” e não como pessoas.

E quando ele se sente rejeitado, frustrado ou ameaçado, pode reagir com raiva. Às vezes, com palavras. Outras vezes, com violência. Essa mistura de masculinidade tóxica e misoginia cria relações ruins e, em casos extremos, crimes.

O impacto disso tudo

Essas ideias machucam muito. E não só as mulheres. Os homens também sofrem:

  • Guardam tudo para si e adoecem

  • Não procuram ajuda por medo de parecerem fracos

  • Se envolvem em brigas, acidentes e uso de drogas

  • Têm mais chance de desenvolver depressão ou até cometer suicídio

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os homens representam 75% dos casos de suicídio no mundo. No Brasil, os homens tiram a própria vida quase quatro vezes mais do que as mulheres. Além disso, muitos casos de feminicídio (quando uma mulher é morta por ser mulher) são cometidos por parceiros que não aceitam o fim do relacionamento ou se sentem no direito de “punir” a mulher.

A internet piora isso?

Infelizmente, sim. Hoje, muitos meninos aprendem o que é “ser homem” por meio de vídeos e perfis nas redes sociais. E o que eles encontram muitas vezes são homens incentivando o ódio, o desrespeito e a humilhação das mulheres. Esses influenciadores falam coisas como:

  • “Mulher tem que obedecer”

  • “Não confie em mulher”

  • “Homem que respeita é frouxo”

  • Eles chamam isso de “liberdade de expressão”, mas na verdade estão espalhando discurso de ódio.

Um exemplo forte está na série “Adolescência”, da Netflix. Ela mostra como um garoto de 13 anos se envolve com ideias perigosas da internet e acaba sendo acusado de um crime horrível. Isso é ficção, mas reflete o que já aconteceu de verdade em vários países.

Como mudar isso?

Esse problema é grave, mas tem solução. E começa com pequenas atitudes no dia a dia. Alguns caminhos:

  • Ensinar meninos a lidar com os sentimentos (e dizer que tudo bem chorar)

  • Valorizar homens que cuidam, escutam e respeitam

  • Conversar em casa sobre respeito, limites e igualdade

  • Denunciar conteúdos de ódio na internet

  • Apoiar quem quer mudar, sem julgamentos

E mais importante: mostrar que ser homem não significa ser duro ou agressivo. Ser homem pode (e deve) incluir afeto, cuidado, empatia e diálogo.

Conclusão: Todos ganham com o respeito

Combater a masculinidade tóxica e a misoginia não é sobre atacar os homens. É sobre dar a eles a chance de viver de forma mais leve e saudável. É sobre construir uma sociedade onde mulheres possam viver sem medo e homens possam viver sem pressão.

Quando homens e mulheres são tratados com respeito, todo mundo sai ganhando.

🟡 Se você ou alguém que conhece precisa conversar, ligue para o CVV (Centro de Valorização da Vida) no número 188. É gratuito e funciona 24h.